O Papel e a Importância da Formação Teológica para a Igreja – Ildemar Nunes Medeiros

Por Ildemar Nunes Medeiros

 

As palavras do Senhor Jesus em Mateus 28:18-20, “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”, apontam claramente que a continuidade do seu ministério se dá através da multiplicação de seus discípulos, e esta ocorre por meio do ensino, educação, instrução, ensino, formação, de pessoas, numa relação de aprendizagem.

 

É nessa ordenança que identificamos o nascedouro da formação teológica cristã. Para o Senhor Jesus a educação, o ensino, é um instrumento vital e poderoso para a transformação de indivíduos que não o conheciam em seus seguidores fiéis por toda a vida. Então o que é a formação teológica? É a formação do caráter, do pensamento e de novos hábitos da pessoa em relação a Deus, ao próximo, como a si mesmo. E essa formação se dá numa relação de aprendizagem entre os discípulos de Cristo, seja o mais experimentado em relação ao neoconverso, seja entre os próprios mais experimentados, buscando através de um ensino mútuo todos serem aperfeiçoados na conservação, na guarda, dos ensinos do Mestre.

 

É a comunidade dos discípulos de Jesus, a Igreja, o lugar essencial e ideal para essa relação de aprendizagem. É nesse ambiente informal, no qual acontece uma interação cotidiana, não prevista nem controlada, que os ensinos de Jesus são pregados, expostos e colocados em prática. Aqui a ênfase recai sobre o que se faz, e a aprendizagem se dá mais pela vivência, pela conduta.

 

Entendemos, porém, que se faz necessário que os ensinos de Jesus e a sua vida também sejam transmitidos de uma maneira mais formal, programados, assim como o apóstolo Paulo fez na cidade de Éfeso utilizando as dependências da escola de Tirano durante o espaço de dois anos (At. 19:9 e 10). Entendemos assim que os institutos, escolas, seminários, e outras instituições de ensino, há muito exercem um papel relevante na formação e capacitação teológica de cristãos, principalmente no preparo daqueles que são vocacionados para a liderança.

 

É por meio dessa educação teológica formal que os fundamentos bíblicos, teológicos e históricos capacitam pessoas para o exercício de liderança na Igreja, de maneira que elas possam entender e articular todo o ensino de Jesus de maneira relevante tanto para a própria Igreja como para a sociedade onde a Igreja está inserida. O papel da educação teológica formal é o preparo e a qualificação intencional de cristãos para servirem melhor a Deus. O estudo sistemático das Escrituras, do ensino de Jesus, deve ter em vista o fato dos cristãos serem mais bem habilitados para servirem a Deus e ao próximo.

 

A importância da formação teológica para a Igreja se dá quando os objetivos são voltados para auxiliá-la no cumprimento da sua missão diante de Deus e no mundo. Aqui a relação de aprendizagem se dá entre a Igreja e as instituições de ensino teológico: os que são preparados teologicamente são membros da Igreja, e devem na Igreja e nos fins e objetivos da sua missão estar plenamente envolvidos; por outro lado, a Igreja deve se abrir para enviar, apoiar e receber os que são capacitados teologicamente incluindo-os nas suas diversas atividades, para que eles possam exercer plenamente seus dons e ministérios recebidos da parte de Deus. Enfim, compreendemos que não há uma formação teológica relevante sem uma contribuição significativa para a Igreja e da Igreja está inserida nesse processo de aprendizagem.

 

 

Postado por Tiago H. Souza

Breve Comentário de 1°Corintios 1 – Por Tiago H. Souza

Por Tiago H. Souza

Introdução
igreja de Corinto provavelmente foi umas das mais difíceis entre as igrejas com as quais o apóstolo Paulo manteve um relacionamento. Essa é a impressão que temos da sua correspondência aos crentes dessa cidade e do relato do livro de Atos.

Os problemas da igreja de corinto tinha como causa a característica pagã dos gentios inflamada pelos judaizantes. Eles costumavam entrar nas igrejas plantadas por Paulo entre os gentios e minar a autoridade dele, diminuindo-o por não ser um dos 12 apostolos originais

-Um dos temas centrais de 1° coríntios cap.1-4 esta em torno da criação de alguns partidos dentro da igreja que estava ameaçando um ruptura dentro da congregação. (1.11-13; 3.4; 3.21-23; 4.6).

-Nesta seção Paulo está abordando um problema único, o espirito faccioso e a formação dos diversos grupos dentro da comunidade estavam ligados ao envolvimento dos corintios com alguma forma de “sabedoria”(filosofia) grega e ao antagonismo conta a pessoa e ao ministério de Paulo gerado pelos judaizantes

– Contudo, o apostolo não desistiu da igreja rebelde,carnal e herética. Suas cartas estão cheias de exortação amorosas, orientações e conselhos de um líder espiritual que não se deixou abater e desanimar pela incompreensão e rebelião de seus filhos na fé.

-Nesse capitulo Paulo procura demonstrar aos coríntios que a sabedoria de Deus foi revelado em Cristo crucificado e, anunciada ao mundo por homens frágeis, em contraste com a “sabedoria” deste mundo, que exalta e glorifica o homem e que valoriza palavras eloqüentes.

Cap.1
1- Saudação a Corinto, uma igreja de Deus. (1.1-9)
– Na saudação, Paulo faz questão de lembrá-los de de seu chamado Apostólico e ainda de sua vocação dado pela vontade de Deus. Esse será um tema que Paulo ira sistematizar ao longo da carta. Era importante para Paulo saber que os Coríntios leriam suas cartas sabendo de sua autoridade.

– Paulo se refere a eles como…” igreja de Deus que esta em Cristo, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos”. Ele foi seu fundador, mas a igreja era de Deus! Paulo também os chama de “ santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos. Ora, humanamente falando os coríntios estavam longe de ser considerados santos, todavia eles haviam sido chamados para serem santos em Cristo e isso significa que eles poderiam expirimentar a santidade na vida pratica por meio de Cristo. Somente em Cristo Paulo poderia se referir aoa coríntios de santos.

– Paulo declara que agredece a Deus pela “… graça, que vos foi dada em Cristo Jesus”. É impressionate como Paulo sempre acha alguma coisa pela qual qual agradecer a Deus mesmo se tratando de uma igreja como a de Corinto. E Sem duvida Paulo se refere a conversão deles ao evangelho e a presença de dons espirituais entre eles.

Um ponto central de 1°corintios
A igreja de corinto era rica em dons espirituais. Não lhes faltava dom algum e eles estavam epenhados em ter mais e mais (14.12). Em seus cultos, havia manifestações de línguas e profecias, interpretações e revelações (14.26). Eles se consideravam uma igreja espiritual exatemente por esse motivo (14.37).
Paulo todavia, não os conhecia como espirituais por conta de suas facções e divisões, ou seja, a presença de dons espirituais entre eles não era prova de que eles eram espirituais! Esse era um dos erros que os crentes de Corinto cometeram, pensar que a espiritualidade estava associada a manifestações sobrenaturais.

A Fidelidade de Deus (1.7-8)
Apesar de todos os problemas da igreja de Corinto, Paulo esta convencido de que Deus, por causa de sua fidelidade, haveria de corrigi-los e guarda-los na verdade até o fim.

– Estamos diante de mais uma passagem biblica que nos fala da Perseverança dos Santos.

– o que Paulo esta afirmando é que apesar dos problemas, pecados falhas e incoerências da :igreja Deus haverá de manter os verdadeiros crentes firmes e constantes na fé em Cristo “ até o fim”.

-“irrepreensíveis” tem a idéia dos justificados diante do trono do supremo juiz, pois aqui neste mundo foram confirmados e justificados em Cristo.

Apelo á unidade (1.10-17)
Parem com as divisões! 10-12
O fato de Paulo entrar tão diratamente nesse assunto dos partidos revela o assunto de mais urgência e a importância dentro da carta.
Paulo pede três coisas nesse rogo solene, todas elas visando manter a unidade da igreja.
1– Que eles falassem “todos a mesma coisa”. Esse pedido entendido a luz das divisões existentes na igreja, significa que eles parassem de contender e discutir entre si quanto ás suas preferências de pregadores e lideres.

2– Que não houvesse entre eles divisões. A palavra usada por Paulo aqui e em 11.18 e 12.25 ( colocar a palavra em grego) significa rotura. Como as rasgaduras de um tecido velho. A existência dos partidos e a incapacidade dos coríntios de conviver com diferencças de opiniões nessas questões secundarias estavam ameaçando rasgar a unidade da igreja, como roturas de um tecido velho. Paulo pede que esses partidos sejam extintos.

3– Que eles fossem “inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no parecer”. Essa terceira petição. No contexto dos partidos e divisões significa que Paulo gostaria que os coríntios estivessem undios de mente e corações, sem que houvesse divergências entre eles.

Se não levarmos em conta essa tríplice petição poderíamos pensar que Paulo apela para a uniformidade da igreja, o que ele não esta pedindo. A uniformidade da igreja é impossível! A unfirmidade não é possível, mas a unidade é.
Paulo deseja que os Crentes de corinto estejam unidos, concordes, em favor do evangelho, apesar das diferentes opiniões sobre os pregadores.

As divisões
A existência de contendas entre os coríntios eram mais que preferências pessoias. Eram verdadeiros partidos envolvendo os nomes de pessoas em torno da igreja ,com slogam e tudo “ eu sou, eu sou e eu sou de.

Paulo se exime da culpa 1.13-17
-Nessa seção Paulo se exime da culpa de tais partidos. A formação dos partidos se deu sem a participação dos “homenageados”. Não devemos colocar a culpa em Paulo, Apolo ou Cefas. Eles não aprovariam esse nível de devoção e consagração entre seus admiradores.

– Ao contrario de muitos pregadores de hoje, Paulo se senti indgnado de a glória de Deus esteja sendo dada a homens como eles. Foi assim que Paulo se sentiu com a formação do “partido de Paulo” em corinto. Longe de se sentir lisonjeado com o fato de que havia um slogam com seu nome, Paulo rejeita a homenagem duvidosa usando vários argumentos que o isentavam de responsabilidade da formação de tais.
Observe seus argumentos:
1-Cristo estava sendo dividido por eles! 1.13
2-Paulo não foi crucificado por eles! 1.3
3- Não batizou os Coríntios ( apesar de algumas exeções) 1.14-16
4- Paulo não pregou como mestre de retórica 1.17

A sabedoria humana e a sabedoria de Deus 18- 31
Introdução:
– As divisões existentes na igreja de Corinto se originaram, com toda probabilidade, de uma combinação de vario fatores:1- A imaturidade da igreja. 2 Eles eram de Corinto, uma das cidades mais decadentes e corruptas da época. 3- Sendo gregos eles estavam acustumados a idolatrar seus mestres de filosofia prediletos, a quem chamavam de Theoi anthropoi( homens divinos), apreciavam discursos de retórica e gladiavam entre si sobre quem era o melhor e mais eloqüente.

Paulo usa vários argumentos como fundamento para sua exortação á unidade na igreja.

Do versículo 18 ao 25 ele faz um contrate entre a sabedoria de Deus, revelada na cruz de Cristo, e a sabedoria humana, isto é, o conteúdo da filosofia de sua época.

A loucura da Cruz
– o contraste entre essa sabedoria mundana e a pregação da cruz é essencial para corrigir o problema das divisões.

-A exposição da palavra da Cruz em contraste com sabedoria de palavras esta nisso, que os discursos com palavras que pretendem mostrar erudição, eloqüência e inteligência dos oradores exalta o homem, enquanto a palavra da cruz, que expõe Cristo crucificado como caminho de Deus para salvação humilha o homem, o faz renunciar e morrer para si mesmo.

– o ponto chave deste pensamento é justamento a salvação dos pecadores que declara que um homem justo e inocente teve que morrer em uma cruz porque homens da grande eloqüência e palavras de persuasão na verdade não tinham mérito algum e estavam sobre a condenação total de Deus.

– a grande ironia no pensamento corinto era esta: a mensagem que salvou os corintos era considereda como loucura pelos filósofos e mestres que eles tanto admiravam pela retórica e habilidade de palavras. Foi jutsmente na cruz que Deus revela sua extraordinária sabedoria. Aquilo que os sábios e entendidos deste mundo consideram como loucura é exatamente o poder de Deus em atuação no seu filho Jesus crucificado, salvando pecadores que outrora não poderiam ser salvos.

– Paulo usa a palavra escândalo para os judeos. No uso neotestamentario da palavra escândalo significa um obstáculo para alguém crer ou uma razão para alguém se desviar da fé. Aqui Paulo mensiona escândalo para dizer que os judeos consideravam a morte de Cristo na cruz um obstáculo para crerem que ele era o messeias de Israel.

– e por sua vez os gregos, viam a crucificação como “loucura”, quer pelo fato de que a idéia de Deus se fazer homem para morrer crucificado pelos pecadores era totalmente contraria a concepção deles de que a matéria era muito inferior. Acreditavam que a salvação era um questão de especulação filosófica e de conhecimento superior chamada gnose. ( jamais um ato curel e sanguinário de um sacrifício humano poderia salvar o homem).

– Paulo concede, ainda que por um momento para continuar a argumentação que a cruz é de fato o resultado de um momento de loucura e de fraquesa de Deus “ porque a locura de Deus é mais sábia do que os homens e a fraquesa de Deus é mais forte do que os homens” (1.25). Toda via, ainda que fosse fraquesa ou loucura, o caminho da cruz é mais sábio e mais forte que os homens e seus planos,idéias e concepções. Um momento de loucura de Deus é infinitamente mais sábia que os homens.

Resumindo o versículo 18-25 – Paulo tem como objetivo comparar a sabedoria de Deus com a sabedoria do homem, é levar os crentes de Corinto a perceber que eles estavam exaltando homens. Não há lugar para a glória humana entre os que foram salvos pelo Crucificado, não há lugar na igreja de Corinto lugar para culto á personalidade e a criação de partidos em torno delas.

Do versículo 26 ao 31 ele apela para a própria vocação dos coríntios, visando provar que Deus escolheu para a salvação os que para o mundo são desprezíveis e detestáveis, desse modo desvalorizando os sábios e entendidos deste mundo.

– Paulo queria que os Coríntios refletissem na vocação ( o termo vem do verbo chamar)

Quem Deus chamou para salvação e qual o propósito?

– três vezes Paulo diz que Deus chamou- sempre apontando para a soberania divina e sua graça como fonte da escolha.

– os chamados para a salvação foram aqueles considerados como loucos, fracos, humildes e desprezados. (uma referencia aos crentes de corinto)

De acordo com Paulo essa surpreendente escolha de Deus teve vários objetivos, todos eles declarados na passagem.
“ envergonhar” e “reduzir a nada” aqueles que para o mundo eram sábios e fortes.

Para que “ninguém se glorie na presença de Deus”, o que certamente aconteceria se o critério da escolha de Deus tivesse sido a nobresa, o poder ou a cultura.

Deus agiu dessa maneira inusitada para que “ aquele que se glorie, glorie-se no Senhor, isto é o Senhor Jesus”

Conclusão
1- É impossível, sem a escolha soberana e o chamado de soberano de Deus que as pessoas deste mundo venham a crer no cristo crucificado( isso não passa de uma loucura para os homens)

3- A solução para isso não é mudar a mensagem do evangelho para torna-lo mais palatável a mente moderna, dando-lhes ares acadêmicos de intelectualidade. (Teologia relacional é um exemplo disso)